Por Walace Coelho
Revisado em 30/1/2012
A CONCUPISCÊNCIA DOS OLHOS
“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” 1 Jo 2:16
Imagem de divulgação
Para começarmos a falar dessa Evidência da volta de Jesus, vamos explicar o que significa a palavra “concupiscência”; (desejo, ambição, cobiça, avidez e ganância...)
No Dicionário Aurélio nós vamos encontrar a seguinte definição; "Grande desejo de bens ou gozos materiais. 2. Apetite sexual." Podemos então no contexto espiritual defini-la como os desejos mais aflorados da nossa carne que nos afasta de Deus.
A Concupiscência dos Olhos
A bíblia nos diz que os nossos olhos são responsáveis pelo agir do nosso corpo, e quando nos inclinamos às conquistas materiais e a ambição, abandonamos ao Senhor e nos tornamos trevas. Por essa concupiscência muitos perdem sua instrumentalidade na casa do Senhor, seu tempo para a família e para aproveitar o dom da vida, tornando-se escravo do trabalho e do dinheiro.
“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mt 6:22-23
Vivemos em um mundo onde aparência é tudo, seja na hora de contratar um profissional, vender um produto ou serviço, e nessa exposição o corpo da mulher e do homem se tornou uma “vitrine” de desejos, imaginações e fantasias. Os valores e virtudes de uma pessoa deram lugar a beleza física e estética. A exposição da carne através de vestimentas curtas contribui com o pecado, que vem através de um olhar malicioso e cobiçador. O servo do Senhor que tem temor se porta como fez Jó;
"Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?" Jó 31:1
Outro exemplo na palavra sobre a concupiscência dos olhos foi à postura tomada por um dos apóstolos de Cristo chamado Judas Escariótes, que apesar ter aprendido com Cristo as obras da eternidade, e que o Reino dos Céus era mais importante que o terreno, foi capaz trocar sua condição de escolhido do Mestre e pregar uma mensagem de vida, para trocá-lo por 30 moedas de prata. Convertido para os dias de hoje, esse valor pode chegar a equivalência R$ 40 mil. Quantos hoje por muito menos que isso desperdiçam seu chamado para fazer parte de uma Obra maravilhosa como essa, por olharem para as riquezas dessa vida? É importante que se diga que antes de satanás tentá-lo com a ambição, Judas vislumbrou o que poderia adquirir com esta soma, pois, já era um sentimento que ele possuía desde o principio sendo conhecido como aquele que “tinha a bolsa”. O Apostolo João, refere-se a ele como ladrão.
“Ora ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse com os pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” Jo 12:6
Uma clara evidência da volta do Senhor Jesus hoje em nossos dias é o comercio que as igrejas evangélicas se tornaram em uma espécie de “comercio da fé” como relata essa matéria abaixo que foi feita em dezembro de 2011.
“Guardai-vos dos falsos profetas, que vem a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” Mt 7:15
“VENDO FÉ, FIRME E INABALÁVEL, PARA QUALQUER SISTEMA E DOUTRINA. DOU GARANTIA. DESESPERADOS, ACRESCIMO DE 15%. PROMOÇÃO ESPECIAL PARA CÉTICOS.”
Nos classificados dos jornais ou em alguns canais de rádio e TV, encontramos anúncios e programas que vendem "soluções para todos os problemas". Os de amor, então, são uma festa. Sensacionalismo à parte, a coisa é séria. Assistimos a uma tendência - não muito nova - da transformação da Fé em bem de consumo.
A questão é: quem anuncia um bem ou serviço em qualquer veículo de comunicação de massa, tem obrigações e deveres com seus "consumidores". E aí começam as perguntas que não querem calar: sacerdotes são prestadores de serviço? Se são, não deveriam estar subordinados às Leis que regulam e protegem os consumidores? Se não são, porque vendem milagres e "soluções de problemas" de qualquer espécie? Fé e milagres são mercadorias disponíveis no mercado? Religião é uma prática de marketing?
O que tem chamado a atenção é a relação de compra e venda da fé e de milagres. É o fenômeno de transformar religiosidade - que deveria ser confessional e muito mais um sistema de conduta moral e ética, uma re-ligação do humano com o divino - num serviço disponível para quem pode pagar.
OFERTA DE PROCURA
Se este mercado religioso também obedece a regras como as de "oferta e procura", num país sincrético como o Brasil, o campo é promissor. Todos os dias, hordas de desempregados, amantes abandonados, vítimas de adultério, etc buscam soluções miraculosas para seus problemas. São nestes momentos de fragilidade - e grande angústia - que residem os mais altos impulsos de "contratar" um serviço religioso que prometa acabar com todas as dores humanas. O nível de auto-crítica, quando existe, por parte do "consumidor", fica comprometido e tudo que se quer é a solução imediata da situação.
Enquanto isso, uma quantidade cada vez maior de charlatães e estelionatários - que se fazem passar por representantes legítimos de uma doutrina religiosa - se "especializam" em oferecer produtos e serviços milagrosos. Seja "tirando o demônio de sua vida", "fazendo loterias divinas" ou trazendo o "amor em três dias". Tudo é possível (e comprável) neste mercado. Basta que você tenha cartão de crédito ou aceite fazer um depósito bancário. O problema é que milagre até existe, mas precisa, primeiro, ser combinado com Deus. E, até onde sabemos, não há bancos no céu...
O que fazer?
Mas, se você é daqueles que prefere manter uma relação de consumo, na lógica de Custo X Benfício, e acabou de contratar o serviço de um suposto sacerdote-especialista, que prometeu resolver o problema que mais aflige a sua vida, nada mais justo que ele RESOLVA! Se não resolver, deve, no mínimo, devolver seu "investimento". Ou então, merece ser denunciado por propaganda enganosa e/ou estelionato. É bom lembrar que qualquer relação de consumo é regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm) e que o crime de estelionato é passível de registro policial (http://www.soleis.com.br/ebooks/criminal1-38.htm).
A fé é uma das expressões humanas mais singelas. Ela é a certeza da possibilidade de uma dimensão inexplicável. Quem se dispõe a comercializar este sentimento deve estar consciente que por mais que consiga fugir e ludibriar as leis não deve conseguir enganar a todos o tempo todo. Como já dizia minha avó: Deus tarda, mas não falha.
Rosiane Rodrigues é jornalista
Leia mais :http://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/rosiane-rodrigues/livre-comercio-da-fe-362637.html#ixzz1kDbZCBeQ
Como tais falsos pastores já estavam presentes no seio da igreja, O apostolo Pedro recomenda aos verdadeiros líderes que pastoreiem o povo “...não por torpe ganância e nem como dominadores, mas que fossem exemplo a ser seguido pelos fiéis a fim de receberem de Jesus a “incorruptível coroa de glória”1 Pe 5:2-3, não a glória deste mundo como estão buscando. Paulo também alerta sobre esses falsos mestres quando diz
que “...o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males - o afastamento da fé, por
exemplo. Diz ainda que devemos nos afastar daqueles que querem lucrar com a fé.
1 Tm 6:3-11
MARANATA, ORA VEM SENHOR JESUS!
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